Lembrem-se de Eusébio
É preciso motivar as tropas para atacarem o terceiro lugar como se fosse o jogo mais importante das suas vidas. Apesar da desilusão da final falhada, há que recordar que estar entre os quatro primeiros é fantástico. Há 28 que ficaram para trás. Podem vir a ser 29. E a Alemanha vai dar tudo por tudo para vencer
Não é fácil motivar os jogadores para uma final de consolação, principalmente se entre eles estiver instalado um sentimento de injustiça, mas, a uma equipa que está a fazer um percurso idêntico ao dos Magriços no Mundial’66, não é de mais lembrar o exemplo do Pantera Negra. Toda a gente já viu imagens de há 40 anos, com Eusébio no centro das atenções e a deixar o campo lavado em lágrimas depois da derrota com a Inglaterra. Dias depois, lá estava ele a conduzir a vitória de Portugal sobre a URSS e a garantir um lugar no pódio. Mesmo que para muita gente este confronto entre vencidos não faça sentido, a partir do momento que existe, tem de ser encarado de forma séria, como se o Mundial estivesse a começar. E o terceiro lugar é melhor do que o quarto.
Ninguém põe em causa que o percurso de Portugal neste Campeonato do Mundo justificava a presença em Berlim, mas a realidade é que não é possível lá estar. Ainda assim, há mais um jogo para fazer, uma meta alternativa para atingir. Encarar a bem estas coisas costuma ser tarefa difícil para os portugueses, que em alturas como esta são mais dados a lamentos do que a reacções positivas. Ou é festa ou funeral.
Portugal chegou à Alemanha propondo-se ficar entre os oito primeiros, mas a bem da verdade, depois do que acontecera nas duas anteriores presenças em fases finais – México’86 e Coreia/Japão’02 -, uma presença nos oitavos-de-final já não deslustraria. Jogando prático e iludindo alguns defeitos portugueses antigos - principalmente o modo de jogar muito bonito e quase golo -, a Selecção Nacional cavalgou no Mundial, empertigou o país, fê-lo sonhar como há dois anos no Europeu, e nem que vá para casa no quarto lugar já superou as expectativas. Dos muitos que quiseram, só cá chegaram 32 e 28 já estão em casa. Ficaram atrás de Portugal. E podem ser 29 se amanhã vencermos a Alemanha, que vai investir muito forte neste jogo de desagravo.
Perder com a França não significa uma ida ao inf
Portugal contra alemanha no mundial
sexta-feira, 7 de julho de 2006
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