Liga dos Campeões 2ª jornada

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Liga dos Campeões 2ª jornada Liga dos Campeões 2ª jornada - Porto e Benfica
BOA SORTE


Please, portugueses não
Manchester United, Liverpool, selecção inglesa. Uma multidão na "Premier League" fica com o estômago às voltas quando ouve falar em portugueses. E se não fica devia

Tudo, excepto o grosso da História, tende a inverter as perspectivas de ingleses e portugueses nestes encontros à esquina do futebol europeu. Os últimos seis anos de bola – portanto, aqueles que foram protagonizados por gente que ainda joga sem ventilador - contam-nos fábulas de eliminações dramáticas, sobretudo essas, que colocam Portugal, se não no lugar de supremo despachante das equipas inglesas durante essa meia-dúzia de épocas, pelo menos entre os países que mais vezes tiveram o privilégio de lhes pegar pelos fundilhos para os devolver às últimas páginas dos tablóides. Mas nem sempre foi assim.

FC Porto e Benfica esbarram hoje em dois clubes com papéis de diferentes tamanhos e relevância na novela que tem teimado em juntar portugueses e ingleses. O Manchester United conheceu José Mourinho meses antes de o ver açambarcar a “Premier League” e já na altura teria preferido evitá-lo, mas quando foi eliminado por ele na Liga dos Campeões 2003/04 não poderia imaginar que aqueles eram apenas os primeiros flocos de uma avalancha longa e gelada. Duas épocas mais tarde, já o primeiro campeonato estava nas mãos do “special one”, o Benfica de Koeman ofereceu aos “red devils” o último lugar do grupo, impedindo-os de engrossar o recorde de passagens consecutivas aos oitavos-de-final. Uma ferida que não se cura com água oxigenada.

O Arsenal chega a meio do filme, mas quase limpo de cicatrizes. Venceu o Sporting nos anos sessenta, foi eliminado pelo Benfica há já 14 anos e ficou por aí. Da longa série de desaforos iniciados no Euro’2000 com aqueles 3-2 dolorosos (Figo, João Pinto e Nuno Gomes, ou seja, dolorosos para os ingleses, obviamente), nem um sequer deu motivos ao Arsenal para exigir desagravo, mesmo de forma indirecta, através da selecção inglesa: o Arsenal está-se nas tintas para a selecção. Olhando para o onze usado por Wenger em Hamburgo, há quinze dias, o FC Porto estaria enrascado se Portugal tivesse feito alguma à Costa do Marfim, a nação mais representada, mas felizmente não é o caso.

Por outro lado, falar-se em futebol inglês ou britânico e meter ao barulho o Arsenal corre o risco de parecer inexacto. Afinal, o treinador é francês e, normalmente, não há nas suas escolhas um único jogador nascido no Reino Unido, quanto mais em Inglaterra. Há franceses, africanos aos molhos, um gosto excêntrico por defesas suíços e, acima de tudo, uma perspectiva táctica que, na última época – culminada com a presença na final da Liga dos Campeões – se aproximou muito de hiper-realismo do odiado Mourinho. Os ingleses já não são anjinhos. Os importados, pelo menos.

Fonte : o Jogo

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